PROJETOS

O projeto de pesquisa está em sua segunda fase, e trabalha desde o ínicio com a relação entre saúde mental adolescente, construção de identidade e a hipermodernidade. Na primeira fase foi investigado a correlação entre saúde mental adolescente com a construção de identidade. Essa temática foi abordada uma vez que Entre 1980 e 2014, a taxa de suicídio entre jovens de 15 a 29 anos aumentou 27,2% no Brasil (BBC, 2017) e de acordo com o IBGE, Censo Demográfico de 2010, no Brasil existem aproximadamente 35 milhões de adolescentes com a idade de 10 a 19 anos. Assim, o enfoque em adolescentes se mostra importante, tendo em vista também, segundo Dutra (2001), o passo crucial para tornar-se um adulto saudável é a construção da identidade. É importante ressaltar que é necessário considerar a pós modernidade, que na perspectiva de Habermas (1982), é uma hipermodernidade, isto é, uma continuação da instrumentalização da razão e a mercantilização das relações sociais mascarada pela sociedade de consumo. Os resultados da primeira fase foram gerados a partir de um questionário com duas perguntas para cada critério de saúde mental e de formação de identidade, selecionados na estratégia da pesquisa e aplicados em uma escola de classe baixa. A fase atual iniciou-se traçando de que maneira as diferenças socioeconômicas impactam as correlações, aplicando o questionário em uma escola de classe alta. Os resultados revelaram, ao todo, mais de 15 correlações com índice de confiança maior de 90%, além de explicações sociológicas que as qualificam, tais como, as condições positivas de infraestrutura na competência escolar e as condições aquisitivas quanto ao corpo. Com os resultados, investiga-se agora, que tipo de intervenção poderia promover melhores indicadores de saúde mental, utilizando como base a formação de identidade do adolescente. Acredita-se que a intervenção pode funcionar se for baseada em três pilares. O primeiro pilar consiste na ação comunicativa de Habermas 1982), que é a valorização da comunicação de símbolos mais humanos ao invés de símbolos do mercado presentes na hipermodernidade. O segundo é baseado na falácia grega "reductio ad absurdum", que é a noção de tomar os ideais e os paradigmas da identidade, como o corpo perfeito e o “tirar dez em tudo” e quebrá-los aos poucos, por meio da demonstração do quão irreais eles são. Finalmente, o terceiro pilar, o Princípio de Identificação (liderado pelo jovem para o jovem) é baseado nas técnicas de persuasão de Aristóteles e a zona proximal de desenvolvimento de Vygotsky. A estratégia para avaliar se intervenção teve efeito se pautou na aplicação de dois questionários, antes e depois de duas conversas sobre a identidade na hipermodernidade. Houve 18 comparações entre o primeiro questionário e o segundo que demonstraram mudanças significativas após a intervenção. Cinco dessas mudanças foram para influência da sociedade ou para estranheza, demonstrando menos Identidade de papel e presença de reductio ad absurdum, não rejeitando a hipótese. Das outras 13 apenas 1 rejeitou nossa hipótese a partir do grupo controle.

Palavras-chave: saúde mental, identidade adolescente, pós modernidade; métodos de intervenção

This project is in its second phase, and works from the beginning with the relation between mental health in teenagers, identity formation and the hypermodernity. In the first phase, the correlation between teenage mental health and identity formation was investigated. This theme was addressed because, between 1980 and 2014, the suicide rate among the youth (15 to 29 years old) rose 27,2% in Brazil (BBC, 2017) and according to IBGE (2010), there are approximately 35 million teenagers between the ages of 10 and 19. Therefore, the focus on teenagers presents itself as important. Besides that, one of the most crucials steps for becoming a healthy adult is the identity formation (Dutra, 2001). It is also important to note that it is necessary to consider the port modernity, that, according to Habermas´ (1982) perspective, is a hypermodernity, that is, the continuum of the instrumentalization of reason and the mercantilization of social relations maschared my the consumption society. The results from the first phase were generated henceforth a questionnaire with two questions for each mental health and identity formation criteria, selected in the reaserch strategy and applied to a low income school. The current phase began plotting in which way the socioeconomic differences impacted the correlations, applying a questionnaire in a high income school. The results revealed, altogether, more that 15 correlations with a confidence rate higher than 90%, besides of the sociological explanations that qualify them, such as, the positive conditions of infrastructure in the scholar competence and the purchasing power in terms of body. With the results, it is now investigated, what kind of intervention that could promote more human values on the identity formation, and in that way, help better the mental health indicators. It is believed that the intervention could work if based on three pillars. The first pillar is the Habermas Communicative Action (1982), that is giving value to more human symbols instead of market symbolism characteristic of the hypermodernity. The second pillar is based on the greek fallacy “reductio ad absurdum”, which is the notion of transforming identity’s ideals and paradigms, such as the perfect body and the “getting all A’s”, and breaking them down, by demonstrating how unreal they are. Finally, the third pillar, the principle of Identification (leaded by the adolescent to the adolescent) is based on the methods of persuasion from Aristotle and Vigotsky’s (2001) Zone of Proximal Development. The strategy to evaluate if the intervention had impact encompasses application of two questionnaires, before and after the two conversations about identity in the hypermodernity. From 24, there have been a total 18 comparisons between the first questionnaire and the second that demonstrated significant changes after the the intervention. Five of these changes shifted to society or to the breaking of paradigms, demonstrating less Paper Identity and the presence of reductio ad absurdum, thus not rejecting the hypothesis. From the other 13 only one rejected the hipothesis based on the control group.

Key-words: mental health, teenager identity, postmodernity, hypermodernity, methods of intervention