PROJETOS

Impedindo a destruição de células pancreáticas
Avoiding pancreatic cells destruction

Aluno(a): Ana Beatriz Pereira Bueno Formicola, Beatriz Barbosa Cavalcanti
Prof.(a) Orientador(a): Carolina Lavini Ramos
Professora Coorientadora: Sandra M. Rudella Tonidandel

Ano: 2018

Premiações

Resumo

As doenças autoimunes são causadas por uma resposta inadequada do sistema imune, que passa a reagir contra órgãos, tecidos ou células do próprio corpo, levando à sua destruição ou prejudicando sua função adequada, como acontece no diabetes do tipo 1. Nesses casos, nem sempre o antígeno alvo é conhecido, e o processo pode ser mediado por linfócitos T e/ou B. No diabetes, é o linfócito B que destrói as células produtoras de insulina, desencadeando a doença. Várias drogas imunossupressoras têm sido testadas para o controle da progressão de doenças autoimunes; dentre elas a ciclofosfamida, que tem principal ação sobre linfócitos B e a ciclosporina A; e a azatioprina sobre linfócitos T. Contudo, tais drogas necessitam de administração contínua e o uso destas drogas leva a um risco aumentado de infecções oportunistas e aparecimento de tumores. Com isso em mente pensamos na seguinte questão problema: Como podemos impedir que as células beta pancreáticas sejam reconhecidas e destruídas pelo processo de autoimunidade, que envolve anticorpos e linfócitos B, assim evitando futuros problemas com a produção de insulina? Assim chegamos à hipótese de usar a tolerância oral; tolerância neste caso é a ausência de resposta imunológica a um antígeno específico. Em modelos experimentais de doenças autoimunes, tem sido possível a regeneração da tolerância, ou seja, bloqueio da doença autoimune, por meio da administração de antígenos contra os quais a resposta imunológica ocorre. Nossa hipótese é que poderíamos usar a tolerância oral como método de tratamento para impedir que as células beta pancreáticas sejam destruídas. Escolheremos um ou mais antígenos possíveis para serem usados nesse processo; escolheremos o alimento, que possivelmente será uma fruta (como uma banana ou laranja) vinda de uma planta transgênica, à qual o antígeno será inserido por meio de uma alteração genética. Assim que tivermos sucesso nessa etapa, passaremos então para a fase de experimentação in vivo, em que um ser vivo selecionado (como um rato ou camundongo) deverá ingerir esse alimento todos os dias por um determinado período, e depois avaliaremos os resultados dos testes. No futuro, gostaríamos de estender nossos estudos para um teste clínico, uma etapa de experimentação com voluntários.

Palavras-chave: diabetes, tolerância oral, autoimunidade

Abstract

Autoimmune diseases are caused by an inadequate response of the immune system, which reacts to its own organs, tissues or cells, leading to its destruction or impairing its proper function, as in type 1 diabetes. On those cases, it’s not always that the target antigen is known, and the process can be mediated by T and/or B lymphocytes. In diabetes, it’s the B lymphocytes who destroys the insulin producers cells, causing the disease. Several immunosuppressive drugs have been tested to control the progression of autoimmune diseases, and among them, cyclophosphamide, that has action mainly on B lymphocytes and cyclosporine A; and azathioprine on T lymphocytes. However, such drugs require continuous administration and the use of these drugs leads to a risk increased opportunistic infections and onset tumors. And with all of this in mind, we thought of the following problem question: How can we prevent pancreatic beta cells from being recognized and destroyed by the autoimmune process, that involves antibodies and B lymphocytes, and so avoiding future problems with insulin production? So we come to the hypothesis of using oral tolerance; tolerance is the absence of immune response to a specific antigen. In experimental models of autoimmune diseases, it has been possible to regenerate tolerance, that is, the block of the autoimmune disease, through the administration of antigens or peptides against which the immune response occurs. Our hypothesis is that we could use oral tolerance as a method of treatment to prevent antibodies from recognizing and destroying pancreatic beta cells. We will choose one or more possible antigens to be used in oral tolerance, then choose the food, which will possibly be a fruit (like a banana or an orange), to which the antigen will be inserted through a genetic alteration. Once we have succeeded in this stage, we will begin in vivo experimentation, where a selected living being (such as a rat or mouse) should ingest this food everyday for a given period. In the future, we would like to extend our studies to a clinical trial, a stage of experimentation with volunteers.

Key-words: diabetes, oral tolerance, autoimmunity