PROJETOS

No Brasil, apenas 1,8% da população entre 16 e 69 anos doa sangue. Esse número é muito baixo, uma vez que a ONU considera ideal que entre 3% e 5% da população sejam doadoras. Outro fator que agrava o problema de quem precisa de transfusão de sangue é que uma pessoa pode receber somente sangue de alguns tipos específicos. O que define um tipo sanguíneo é a presença ou ausência dos antígenos A e B, sendo que o tipo sanguíneo A possui somente o antígeno A, o tipo sanguíneo B possui somente o antígeno o B, o tipo AB possui os dois antígenos, já o tipo O não tem nenhum antígeno. Além desses antígenos, há o fator Rh, que sua ausência indica um tipo sanguíneo negativo, e sua presença indica um tipo sanguíneo positivo. Em uma transfusão de sangue, os leucócitos liberam anticorpos, caso as hemácias recebidas forem de um tipo incompatível com as do corpo, gerando um aglomerado de hemácias, obstruindo os vasos sanguíneos do indivíduo e podendo matá-lo. Os anticorpos liberados pelos leucócitos são contra os antígenos, A e/ou B, presentes na membrana. Por isso foi pensado um meio de transformar qualquer amostra de sangue no tipo O negativo (doador universal). Algumas pesquisas já foram feitas para tentar mudar os tipos sanguíneos, mas não foram aplicadas clinicamente por serem muito caras ou complexas de serem realizadas. Um exemplo de projeto já realizado foi a extração de uma enzima do fígado de galinha para a destruição dos antígenos A e B, porém a quantidade de enzimas requeridas era muito alta. Outro estudo descobriu uma enzima de uma bactéria que tinha a capacidade de digerir os antígenos A e B, mas o estudo não teve aplicações clínicas. A transformação de qualquer tipo sanguíneo em O será feita protegendo a região do possível sítio ativo das glicoproteínas (A e B) nas hemácias, impedindo o reconhecimento pelos leucócitos, já que digerindo essa porção por meio de enzimas extraídas de bactérias foi possível reverter o tipo sanguíneo. Isso facilitará as transfusões de sangue por reduzir a incompatibilidade entre os tipos sanguíneos.

Palavras-chave: hemácias, antígenos, transfusão

In Brazil, only 1.8% of the population between 16 and 69 years old donate blood. This number is very low, since the UN considers ideal between 3% and 5% of the population. Another factor that aggravates the problem of blood supply is that a person can receive only blood from one or more specific types. What defines a blood type is the presence or absence of antigens A and B, whereas blood type A has only antigen A, blood type B has only the antigen B, type AB, has both antigens and type O has no antigen. In addition to these antigens, there is the Rh factor, which absence indicates a negative blood type, and its presence indicates a positive blood type. In a blood transfusion, the leukocytes release antibodies if the received red blood cells are of a type incompatible with that of the body, generating an agglomerate of red blood cells, obstructing the individual's vessels and killing them. What makes them incompatible are the antigens, where the leukocytes, when they identify theforeign antigen, that is not known by the body, they release antibodies. So we think of a way to turn any blood sample into type O negative (universal donor). Some experiments have been done to try to change the blood types, but they have not been used clinically because they are too expensive or complex to be realized. These designs are: An enzyme extracted from chicken liver for the destruction of antigens A and B (the amount of enzymes required was very high), and the discovery of a type bacteria of an enzyme for the destruction of A and B antigens. To transform any blood type of O, the region of possible active site of glycoproteins (A and B) in red blood cells would be shield, preventing recognition by leukocytes, since digesting this portion by means of extracted bacterial enzymes was possible to reverse the type. This will facilitate blood transfusions by reducing incompatibility between blood types.

Key-words: Red blood cells; antigens; transfusion