PROJETOS

O infarto no miocárdio é uma das doenças que mais mata no Brasil e no mundo. Acontecem cerca de 100 mil mortes anuais só no Brasil, correspondendo a cerca de 30% das mortes, sendo a primeira causa de morte no país. O infarto em geral é causado pela obstrução das artérias coronárias em razão de placas de gordura acumuladas nas paredes destes vasos. Quando isso acontece, dependendo do tempo que se leva para desobstruir os vasos, podem surgir danos irreparáveis ao tecido cardíaco. Atualmente não existe tratamento que restaure o tecido morto pela falta de gás oxigênio, porém com o uso de células tronco poderíamos, em tese, recuperar a área de tecido morto. Há projetos que estudam colocar um tecido cultivado in vitro ou apenas colocar as células tronco para que elas se diferenciem em tecido cardíaco diretamente no próprio órgão. Alguns obstáculos atuais ao uso de células tronco para a regeneração cardíaca são: rejeição do tecido (feito in vitro) implantado no coração; possível formação de tecidos diferentes daqueles desejados dentro do coração; instabilidade genética de alguns tipos de células-tronco; dificuldade de diferenciação em cardiomiócitos. Além disso, os cardiomiócitos diferenciados tiveram dificuldades de integração ao tecido do órgão receptor e apresentaram ausência de contrações espontâneas. Minha questão problema é como podemos reparar os danos decorrentes de um infarto no miocárdio? Acredito que implantar um tecido cardíaco feito in vitro juntamente com uma grande quantidade de células-tronco mesenquimais em um coração que sofreu recentemente um infarto do miocárdio, possa diminuir a rejeição ao implante, já que as células tronco mesenquimais têm capacidades imunossupressoras, além de auxiliarem na formação de novos vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos podem oferecer suporte de nutrientes e gases ao pedaço de tecido implantado, já que no coração infartado as artérias coronárias da região afetada pelo infarto estão obstruídas.

Palavras-chave: infarto, células-tronco, regeneração cardíaca

Infarction in the myocardium is one of the diseases that kills most in Brazil and in the world. About 100,000 deaths per year occur in Brazil alone, accounting for about 30% of deaths, being the number one cause of death in the country. The infarct is usually caused by obstruction of the coronary arteries because of fat plaques accumulation on the walls of the coronary vessels. When this happens depending on the time taken to unclog the vessels, irreparable damage to the heart tissue may occur. There is currently no treatment that restores dead tissue due to lack of oxygen gas, but with the use of stem cells we could, in theory, recover the area of dead tissue. There are projects that study put tissue cultured in vitro or just stem cells so they differentiate into cardiac tissue inside the heart. Some current obstacles to the use of stem cells for cardiac regeneration are: rejection of tissue implanted in the heart (and done in vitro) by the immune system; possible formation of tissues different from those desired within the heart; genetic instability of some types of stem cells generating genetic errors after several divisions of stem cells; difficulty of differentiation in cardiomyocytes. In addition, the differentiated cardiomyocytes had difficulties of integration and absence of spontaneous contractions. My issue is how we can repair the damage from a myocardial infarction. I believe that implanting cardiac tissue made in vitro along with a large number of mesenchymal stem cells in a heart that has recently suffered a myocardial infarction may decrease implant rejection, since mesenchymal stem cells have immunosuppressive capacities, formation of new blood vessels. This may provide nutritional support for the piece of implanted tissue, since in the infarcted heart the coronary arteries of the region affected by the infarct are obstructed.

Key-words: infarct, stem cells, cardiac regeneration