PROJETOS

Cafenergizando Catasetum fimbriatum: uso da borra de café como auxílio no crescimento de orquídeas

Alunos: André Navarro, João Victor Inkis e Felipe Camargo
Profª. Orientador(a): Nilce de Angelo
Profª Coorientador(a): Sandra Maria Rudella Tonidandel

Ano: 2014

Premiações

Descrição

          O objetivo do nosso trabalho foi estudar a possível influência da borra de café no crescimento de plantas de orquídea da espécie Catasetum fimbriatum produzidas in vitro, com foco na melhoria do processo de produção dessas plantas em laboratório. Atualmente, as orquídeas figuram de maneira proeminente na lista vermelha (espécies em risco de extinção) feita pela União da Conservação da Natureza e Recursos Naturais (International Union of Conservation of Nature and Natural Resources - IUCN), de modo que são necessários cada vez mais esforços no sentido de conservá-las. Nosso projeto teve início com a produção de brotos pela técnica da clonagem por estiolamento. Esses brotos foram mantidos em sala de cultivo com condições de luminosidade e temperatura controladas. Após três meses de crescimento, 60 plantas foram selecionadas para serem envasadas, separas em três grupos de 20 indivíduos cada. As plantas do primeiro grupo (controle) foram envasadas no sphagnum e regadas somente com água. No segundo grupo de plantas (grupo A) foi feito o envasamento em um substrato no qual 20% da massa do sphagnum foi substituído pela borra de café. Essas plantas também foram regadas com água. Já o terceiro grupo de plantas (grupo B) foi envasado somente com sphagnum, mas regado com uma solução com 20% da massa da água substituída pela borra de café. Para analisarmos o desenvolvimento das plantas, usamos como parâmetro medidas da maior e da menor folha de cada planta. Foram três meses de medidas e os resultados foram colocados em uma tabela. Fizemos então o cálculo da porcentagem de crescimento a cada uma das medidas e submetemos os resultados a um tratamento estatístico, com uma análise de variância com um único fator para calcularmos o valor-P. Consideramos que as diferenças seriam significativas caso o valor-P de cada análise fosse menor do que 0,05. Os resultados indicaram uma diferença significativa de crescimento, em comparação ao grupo controle, somente nas plantas do grupo B. Talvez o resultado possa ser explicado pelo acúmulo contínuo de café no sphagnum dessas plantas, o que teria intensificado o efeito da borra sobre o desenvolvimento das plantas. Já as plantas do grupo A, regadas somente com água, teriam apresentado o efeito contrário, de modo que a cada rega a borra teria ficado menos concentrada, diminuindo seu efeito. Concluímos, portanto, que a borra pode contribuir para um melhor desenvolvimento das orquídeas quando adicionada à água das regas. No entanto, seriam necessários mais estudos para determinar se acúmulo contínuo da borra não poderia ser prejudicial à planta a partir de um determinado valor.
Palavras-chave: borra de café, orquídeas, desenvolvimento.