PROJETOS

         Há pessoas que viveram verdadeiros dramas humanos ao serem forçados a emigrar de sua terra natal para outras regiões, ainda que dentro de seu próprio país. Neste novo local, essas pessoas se sentem verdadeiros estrangeiros em sua própria pátria, dado o contraste cultural que experimenta com esta experiência. Acontece algo tão ou mais complexo ainda com as pessoas surdas, sejam elas natisurdas, tenham elas ficado surdas quando crianças. Nestes casos normalmente, a fala não está no horizonte de habilidades tangíveis e a alfabetização na língua pátria é uma tarefa deveras complicada, tanto para o educador quanto para o educando. É neste contexto, apresentado aqui de modo bem simplista, que os surdos, não raro, sentem-se como estrangeiros em sua própria pátria, ao estilo dos emigrantes. Quando a língua de sinais brasileira (LIBRAS) não é dominada pelos ouvintes, o abismo de comunicação é abissal. Por conta disso nos perguntamos se seria possível aproximar de algum modo esses dois mundos, aproximando surdos e ouvintes através da LIBRAS, segundo idioma nacional constitucional. Nossa proposta é trabalhar em parceria com uma escola de surdos da prefeitura, procurando aproximar os alunos de nosso colégio do universo surdo. Para fazer isso, o primeiro passo seria a elaboração de um questionário para os ouvintes, a fim de verificarmos se eles apresentam algum interesse nesse assunto. O levantamento de informações com os surdos será por meio de entrevistas via LIBRAS, uma vez que alguns deles não têm a capacidade de ler. O passo seguinte será a elaboração de videoaulas sobre LIBRAS feitas pelos alunos surdos, narrando situações do dia-a-dia, destinados aos ouvintes interessados. Capacitando os ouvintes com a LIBRAS, esperamos aproximar o mundo construído a partir da ausência de sons daquele ensurdecedor no qual vivemos.