PROJETOS

         Os derivados de petróleo e gás, muito utilizados atualmente para produção de eletricidade, são grandes fontes de poluição. Assim, urge buscar energias mais limpas que possam substituir os combustíveis fósseis. Paralelamente a isto, a necessidade de água potável é um problema que desafia toda a humanidade neste século. Diante desses desafios já existem soluções implementadas em algumas partes do planeta, como a usada no Oriente Médio através do processo de dessalinização da água do mar. Apesar de eficiente, do ponto de vista econômico representa um grande empecilho, pois o custo financeiro e energético dessa produção ainda é alto para a maior parte dos países. Existe, contudo uma técnica que alia ambos ganhos e que já vem sendo usada nos países escandinavos. Trata-se da eletrodiálise, cuja técnica consiste em remover os íons da água do mar por meio de membranas de troca iônica, que são permeáveis aos cátions ou aos ânions, dependentes de seu tipo. Nesse processo, pretendemos utilizar os resíduos iônicos a fim de gerar energia elétrica, produzindo como sub processo água dessalinizada de modo mais natural. É importante destacar que nossa proposta de geração de energia e produção de água potável revela-se muito apropriado para questões específicas, como o atual desastre que está ocorrendo no Mar de Aral, que em virtude da grande salinidade, dizimou a fauna e flora local. Uma solução desta natureza nesta região poderia encaminhar alguma esperança de sustentabilidade, atendendo as questões sociais, econômicas e ambientais. Através de nossa proposta, os íons solvatados na água são separados por uma membrana aniônica e por outra catiônica pela ação gravitacional, formando duas soluções concentradas de cargas opostas. A partir desta configuração, pode-se induzir uma corrente elétrica. Para tanto, foi confeccionado um protótipo adaptado para fixação das membranas, a partir do qual testes ainda serão realizados, com soluções concentradas iguais à salinidade média da água do mar e com a concentração salina do Mar de Aral, muito mais alta, portanto.