PROJETOS

MEIO DE CULTURA AXÊNICO PARA FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES

Alunas: Pedro Monti Schönberger.
Pesquisador Colaborador: .
Profa. Orientadora: Rita Maria Saraiva de Barros.
Profa. Co-orientadora: Sandra M. R. Tonidandel.
Ano: 2010.

Premiações

2º Lugar Geral na categoria de Ciências Agrárias.

Descrição

Desde a década de 50, o uso de agrotóxicos na agricultura garante o suprimento da população mundial. Entretanto, sabe-se hoje que seu uso intensivo não é ecologicamente viável. Encontrar novas formas de agricultura sustentável que garantam a produtividade sem agredir o ambiente mostra-se um dos maiores desafios a serem enfrentados no século XXI.

Uma possível solução seria buscar manejar os microorganismos presentes no solo, que interagem com as plantas de diversas maneiras, buscando aproveitar o máximo do solo sem o uso de fertilizantes. Dentro desse contexto encontram-se os fungos micorrízicos arbusculares. Estas espécies de fungos formam associações mutualísticas com a maioria das espécies vegetais, incluindo-se aí vários dos cultivares comerciais. Sua presença é extremamente benéfica para a planta – em troca de compostos fotoassimilados, o fungo estende suas hifas pela terra e absorve para a planta água e diversos nutrientes, em especial fósforo (aqui vale lembrar que o solo dos cerrados brasileiros é especialmente pobre nesse nutriente, o que torna os fungos micorrízicos especialmente importantes para a agricultura no Brasil).

Uma vez que na presença destes fungos o crescimento de diversas plantas é incentivado, e os nutrientes do solo, mais bem aproveitados – diminuindo a necessidade de fertilizantes e até mesmo substituindo-os – o uso de fungos micorrízicos na agricultura é extremamente interessante. Seu uso, porém, se encontra limitado pela inviabilidade dos métodos de cultivo atuais. Uma vez que o maior obstáculo para o cultivo dos fungos micorrízicos é a sua necessidade da presença de um simbionte para se reproduzir, o desenvolvimento de um meio de cultura para os fungos que não envolva a presença de vegetais se mostra uma maneira promissora de viabilizar seu uso em larga escala. O presente trabalho se propõe a criar um meio de cultura que simule a raiz de uma planta, permitindo o desenvolvimento reprodutivo dos fungos micorrízicos. Após a montagem de um primeiro protótipo, que utilizava poliéster como membrana semipermeável em volta de um cano pelo qual era bombeada uma solução de albumina+glicose, pretendo dar continuidade ao trabalho realizando um experimento com dois dispositivos semelhantes ao protótipo (com algumas modificações).

Um dos dispositivos será, além de ter fungos micorrízicos e da solução nutritiva, pré-cultivado. O dispositivo controle não receberá o pré-cultivo; o objetivo é avaliar a influência dos exsudatos vegetais no desenvolvimento dos fungos micorrízicos, para avaliar a necessidade da presença de um vegetal para desencadear o funcionamento do dispositivo. Por fim, será desenvolvido um método de extração dos esporos (que ficam na terra, próximos ao fungo que os liberou) sem danificar a hifa esporógena. Dessa maneira, seria possível aproveitar várias esporulações por cultivo iniciado.