PROJETOS

TRÁFICO DE ANIMAIS: Podemos confiar nos criadouros credenciados pelo Ibama?

Autor: Lucas de Barros Lábaki Agostinho.
Profa. Orientadora: Rita M. S. de Barros.
Profa. Co-orientadora: Sandra M. R. Tonidandel.
Ano: 2009.

Premiações

 

Descrição

Nosso interesse na pesquisa sobre “Tráfico de Animais” nasceu de um projeto de conscientização realizado em nossa escola sobre o tema. Fizemos então uma visita ao Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave), da Prefeitura de São Paulo, em especial à sua divisão técnica de medicina veterinária e manejo da fauna silvestre. A péssima condição dos animais silvestres nos despertou o interesse de investigar o tipo de contato efetuado por traficantes de animais com os criadouros cadastrados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), para que pudéssemos verificar a possibilidade da ocorrência de criação de animais voltada ao tráfico, prática ilegal popularmente conhecida como a de “esquentar” os animais.
Em nosso levantamento bibliográfico inicial e nos contatos com o Depave, percebemos que esses traficantes, no período da postura dos ovos, entram em contato com criadores (ou vice-versa) para oferecer-lhes ovos ou pássaros recém-nascidos. Para enganar a fiscalização, eles colocam os ovos ou os filhotes nas chocadeiras ou ninhos dos criadouros para serem chocados e crescerem como se tivessem nascido ali.
Para investigar se esse tipo de prática ocorre de fato, e para determinar a freqüência desse tipo de ação, desenvolvemos uma metodologia baseada no contato por e-mail com os 67 criadouros cadastrados no Ibama. Nesse e-mail anexamos um questionário com 16 perguntas sobre contatos com traficantes.
Fizemos o levantamento das respostas dos criadores e, com base na análise de seu teor, os resultados indicam que o número de contato de traficantes com criadores é muito grande (43%), o que dá mostra de que é fácil para os criadores receptar animais destinados ao tráfico.
O uso do questionário teve também como objetivo sensibilizar os criadores com relação à responsabilidade para com os animais que criavam e mostrar que a sociedade também se preocupa com a fauna silvestre brasileira.
Por enquanto, fizemos uma interpretação inicial dos dados e julgamos ter iniciado a conscientização das pessoas que tiveram acesso a esta pesquisa e de alguns criadores.
Na próxima etapa da pesquisa, pretendemos organizar um protocolo para a realização de testes de paternidade, com o uso de penas. Uma vez organizado esse protocolo, visitaremos criadouros cadastrados e analisaremos os resultados dos testes, buscando evidências da origem legal dos animais.

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