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No dia 8 de março, muitas alunas do Ensino Médio se uniram para fazer uma ação de conscientização sobre a importância da data, que marca o Dia Internacional da Mulher. Com uma intervenção que espalhou cartazes contendo mensagens e expressões artísticas por todo o edifício Leonardo, as meninas tinham como principal objetivo informar todos os colegas sobre a realidade da violência sofrida pelas mulheres, denunciando casos de machismo, assédio e agressão com dados e estatísticas, além de promoverem apoio e reforçarem a autoestima das meninas. “Foi parecida com a ação que fizemos no ano passado, mas desta vez tivemos muito mais planejamento e o número de cartazes praticamente dobrou. Também notamos um apoio maior dos alunos, que respeitaram e incentivaram as meninas, sem nenhuma ação contrária. A nossa diretora-geral pedagógica, professora Valdenice Minatel M. de Cerqueira, também apoiou toda a ação e guardou todos os cartazes para transformá-los em um book e poder preservar o material”, conta Maria Uranie Khzouz Sanchez, assistente de direção do Ensino Médio.
Além da intervenção com os cartazes, as alunas passaram em todas as classes antes da ação para conversar com os colegas sobre a data e o que ela representa. “Houve muito diálogo e muita escuta, porque nossa ideia, desde o começo, era incluir todo mundo no projeto. Tomamos o cuidado de ouvir os homens também, entender o que eles acham, como se sentem e o que pensam de tudo isso. Afinal, o machismo também afeta negativamente os meninos”, explica a aluna Mariana de Camargo Salles Cezar, da 3ª série D, uma das estudantes que liderou a iniciativa. “Quisemos mostrar que feminismo não é só para as mulheres, que eles também podem ajudar e fazer parte. E deu certo. A ação fez os meninos pensarem de verdade e se colocarem no nosso lugar, tendo mais empatia”, comemora ela. As alunas também organizaram um correio elegante para que as colegas enviassem mensagens carinhosas umas para as outras, se apoiando e fortalecendo. Os meninos também participaram e tudo aconteceu de forma muito tranquila e respeitosa. Todo o dinheiro arrecadado será doado para uma ONG que apoie mulheres – junto à Uranie, as meninas estão pesquisando instituições para escolher a mais adequada.
“Não vamos parar por aqui. Queremos continuar fazendo ações durante todo o ano, e já planejamos uma exposição de fotos de professoras e funcionárias, acompanhada por vídeos com depoimentos delas sobre o que é ser mulher”, diz Mariana. “Também queremos promover fóruns de discussão”, acrescenta Uranie. “Mas sempre tendo o diálogo e a escuta como base. Eu explico para as meninas que elas já têm poder, já são fortes. Elas só precisam despertar para isso e tomar o que já é seu por direito. Não há necessidade de ser agressiva ou reativa. Feminismo, afinal, não é extremismo, não é o oposto de machismo, e sim um movimento por igualdade”, esclarece ela.
Legado positivo
A ação do Dia da Mulher também trouxe mais união entre todos os alunos do Ensino Médio, tornando o ambiente mais acolhedor e colaborativo. “Essa ligação foi além do projeto. Nós nos aproximamos muito das meninas da 1ª série, que se engajaram demais com a iniciativa dos cartazes, e aproveitamos para dividir nossa experiência com elas, dar dicas e ajudar umas às outras, quebrando aquela imagem de ‘terceirão intocável’ e qualquer rixa que pudesse existir entre as séries”, afirma Mariana. “Nós que somos formandas pensamos muito no legado que vamos deixar aqui e queremos que seja positivo”, diz ela. As estudantes têm até um grupo de WhatsApp e se tornaram amigas.
Além de Mariana, lideraram a organização da atividade as alunas Ana do Amaral Mendes (3ª B), Gabriela Nazarian (3ª C), Kayra Bandeira Felício Fonseca de Camacho (3ª B), Lara da Costa Garcia (3ª C), Maria Eduarda de Souza Alves (3ª A), Maria Luiza Hiar (3ª E), Rafaella Gozzi Maksoud (3ª E), Raffaella Ferreira Costa Braga (3ª C) e Raphaelle Marie Françoise de Fraipont (3ª B).