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Uma das atividades do programa de pré-iniciação científica Cientista Aprendiz, coordenado pela professora Sandra Tonidandel, o Laboratório de Biotecnologia Avançada do Colégio Dante Alighieri proporciona a estudantes da 1ª e da 2ª série do Ensino Médio o trabalho com clonagem de orquídeas.
A biotecnologia consiste na utilização e aplicação de conhecimentos multidisciplinares e novas tecnologias para a obtenção de produtos ou de serviços em áreas como saúde, alimentos, química e meio ambiente.
Na atividade do Colégio, dirigida desde 2011 pela professora Nilce de Angelo, com a participação dos professores Fernando Domenico e Maria Teresa Ventura de Almeida, os alunos trabalham com um conjunto de técnicas que busca estimular a divisão celular em um meio estéril (micropropagação ou multiplicação in vitro), tendo como resultado imediato a clonagem das plantas, ou seja, a produção de plantas idênticas à planta matriz.
“Atualmente, trabalhamos apenas com uma espécie de orquídea, o Catasetum fimbriatum, cujas matrizes foram fornecidas pelo Laboratório de Fisiologia Vegetal da USP, dirigido pelo professor Gilberto Kerbay”, explica a professora Nilce, destacando que a técnica de clonagem utilizada no Dante é a de estiolamento.
“Na técnica de clonagem por estiolamento, plantas jovens são inoculadas em meio de cultura e mantidas em crescimento por três meses no escuro e à temperatura de 25° C. Cada planta origina um caule aclorofilado, com gemas laterais que, quando isoladas e inoculadas em meio de cultura nutritivo, em presença de luz (fotoperíodo de 12 horas) e temperatura de 25° C, geram plantas idênticas à original”, conta.
Trabalhos em desenvolvimento
Neste ano, seis grupos (cada um formado por três alunos) estão desenvolvendo trabalhos no laboratório. “Os pontos estudados para comparar o desenvolvimento das plantas são os seguintes: variação da concentração de determinados nutrientes do meio de cultura e variação do comprimento de onda à qual a planta está submetida, além de experimentos de aclimatação de plantas jovens”, esclarece a professora Nilce.
O grupo da aluna Marina Adde Anuardo, da 2ª série I do Ensino Médio, trabalha justamente com a aclimatação de plantas. “Transferimos plantas que estavam na condição in vitro para um ambiente em que as condições não são tão controladas. Essas plantas são colocadas em frascos com o substrato adequado. Nosso objetivo é favorecer a sobrevivência e a aclimatação nesse novo ambiente. Começamos os experimentos em abril. Por enquanto, eles vão indo bem. As plantas tiveram bom enraizamento no substrato (sphagnum) e nenhuma morreu”, afirma a estudante, que pretende prestar vestibular para a área de Ciências Biológicas.
Camilla Brunetti Trofa, da 1ª série C do Ensino Médio, se interessou em participar do Laboratório de Biotecnologia para conhecer outras aplicações da biologia. “Queria aprender sobre a clonagem por estiolamento”, diz. Agora, o grupo da aluna está realizando um projeto para comparar a influência de fertilizantes comerciais, como NPK, em diferentes concentrações sobre o desenvolvimento in vitro.
Aprendizado
A professora Nilce de Angelo também lista os benefícios proporcionados aos alunos pela participação nos trabalhos do Laboratório de Biotecnologia.
“Os alunos desenvolvem habilidades para utilizar equipamentos apropriados para a pesquisa, como autoclave, câmara de fluxo laminar, instrumentos de laboratório em geral. Eles também aprendem a ter rigor na montagem dos experimentos e na análise de dados (aos quais é aplicado um tratamento estatístico), a determinar variáveis e parâmetros, a fazer levantamento bibliográfico, a elaborar relatórios e a redigir um texto científico”, enumera.
Como conclusão do projeto, os trabalhos dos alunos, geralmente, são apresentados em feiras de ciências e outras mostras nacionais ou internacionais, e submetidos a avaliações internas e externas.
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