Dante realiza 3ª Mesa-Redonda e Debate para falar de gênero e sexualidade

Publicado em 25 de abril de 2016 às 10:21
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O Comitê de Representação Discente do Colégio Dante Alighieri, no intuito de falar com os alunos sobre gênero e sexualidade – um dos assuntos mais discutidos atualmente em nossa sociedade –, realizou, nos dias 8 e 15 de abril, dois eventos para trocas de ideias: uma Mesa-Redonda e um Debate. Com o objetivo de introduzir os alunos em conteúdos que transcendem a sala de aula, a 3ª edição do Mesa-Redonda, realizada no auditório Guglielmo Raul Falzoni, teve como tema “Por que falar de gênero e sexualidade?” e contou com a participação de três convidados.

Para participarem da conversa, foram convidados Beatriz Bork, Tiago Monteiro e Marina Nasser. Beatriz é psicóloga clínica, mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo. Além do atendimento em consultório, atua no Hospital das Clínicas no grupo AMTIGOS – ambulatório focado em transtornos de gênero e na orientação de pais e professores sobre o desenvolvimento psicológico e neuropsicológico das crianças.

Tiago é graduado em Letras e especialista em Gestão e Coordenação Escolar. Atua como formador nas áreas de Políticas Públicas Educacionais, Prática Pedagógica, Escola e Juventude. Atualmente está desenvolvendo um estudo sobre como a questão de gênero é tratada na escola.

Já Marina é graduada em Ciências Sociais pela PUC-SP com interesse nas áreas de Sociologia e Antropologia Política e Urbana, violência, justiça, direitos humanos e insurgências. Trabalhou como pesquisadora no Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP) em projeto sobre homicídios na cidade de SP. Além disso, trabalhou como repórter do site de notícias internacionais Opera Mundi.

Beatriz deu início ao evento discorrendo sobre a importância de se falar das diferenças, principalmente na última fase escolar dos alunos. Ela também se referiu à atual situação da transexualidade no Brasil, mostrando fotos de pessoas “trans” e héteros a propósito de ilustrar que não se devem fazer pré-julgamentos motivados pela aparência, e contou casos que se tornaram famosos, como o de Ryland Witthington, um transexual que atualmente possui 7 anos, e Caitlyn Jenner, personalidade americana que se declarou transexual pela capa da Vanity Fair em julho de 2015. Por fim, a psicóloga apresentou dados sobre a homofobia no Brasil, como a taxa de homicídios por intolerância de gênero, e fez uma descrição de seu trabalho no Hospital das Clínicas auxiliando os pacientes e suas famílias.

Em seguida, Marina apresentou aos alunos alguns casos que ilustram as diferenças de tratamento existentes no Brasil entre homens e mulheres. A partir desses exemplos, iniciou um debate a respeito do machismo na sociedade brasileira. A socióloga também retratou uma série de casos de assédio e violência machistas e homofóbicas, manifestações cujo aplacamento, segundo ela, passaria pela adoção de pequenas ações diárias, como evitar a expressão de palavrões que possam ofender o gênero de outra pessoa.

Dando continuidade ao debate, Tiago concentrou-se na exposição das diferentes formas de sexualidade que os indivíduos podem apresentar, entre as quais os gêneros e suas faces, mostrando assim como essa questão é ampla e de difícil discussão. No entanto, ressaltou a importância do respeito e da tolerância. Por fim, o comitê abriu espaço para perguntas e respostas.

A mesa-redonda, como se sabe, é um gênero de reunião que conta com a presença de convidados e plateia. O tema é determinado previamente, e, na reunião, os convidados expõem sua perspectiva do tópico e análise de estudos a ele relacionados. A plateia participa ativamente por meio de perguntas aos expositores, gerando discussão, aprofundamento e intercâmbio de ideias do tema em questão.

O projeto Mesa-Redonda objetiva, portanto, inteirar o aluno de conteúdos que transponham os limites da sala de aula, visando ampliar seu repertório de conhecimentos aplicáveis tanto em dissertações de vestibular quanto em sua formação como cidadão.

Já no dia 15 de abril, foi realizado o Debate como continuação do que se discutira na Mesa-Redonda. Com o tema “A informação sobre gênero e sexualidade gera mudança de comportamento”, a iniciativa reuniu um conjunto de alunos no auditório Miro Noschese para o desenvolvimento da questão.

Os debatedores – exclusivamente alunos – fizeram previamente um estudo sobre o assunto a ser debatido e, na ocasião, se dividiram em diversos grupos, levantando questões e apresentando pontos de vista próprios. Em um primeiro momento, os grupos fizeram perguntas entre si, com direito a réplica e tréplica. Em seguida os convidados ao evento (professores e coordenadores do Colégio) formularam cada qual uma pergunta, com direito a réplica e tréplica na hipótese de citação de outro debatedor. Por fim, uma rodada de perguntas foi encaminhada pela própria plateia, também com direito a réplica e tréplica em caso de citação de outro debatedor.

A organização do debate prevê uma mediação entre as partes conduzida por um professor convidado, que também apresenta uma breve introdução ao tema e desenvolve uma síntese do estado da questão. O debate tem, ao todo, uma hora e meia de duração.

Desta vez, o mediador foi o professor de filosofia do Colégio, Ian Bastos. Os principais pontos em torno dos quais girou a discussão foram a forma como a mulher é tratada na sociedade brasileira, o machismo longamente radicado, os movimentos feministas e o papel da mídia dentro desse contexto. Outro momento que convidou à reflexão dos alunos pautou-se pelo questionamento sobre quais iniciativas poderiam ser tomadas pelo Colégio para criar um ambiente livre de preconceitos sobre o gênero e a sexualidade de cada um.

“O interessante do debate é que ele é um espaço institucional organizado pelos alunos para tratar de questões contemporâneas e que também é usado como estratégia para trabalhar com a oralidade e a argumentação, contribuindo para a formação dos alunos”, disse a orientadora educacional Claudia Meletti, organizadora do Comitê Discente e dos dois eventos. “É importante também porque os temas e a organização são pensados pelos alunos. Eles se sentem em um espaço de discussão de muito valor, no qual podem olhar para a pluralidade das opiniões e participar como fomentadores de suas próprias ideias”, completou.

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