Dante promove debate sobre Gênero e Sexualidade para alunos dos 9os anos

Publicado em 29 de junho de 2016 às 12:00
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O Comitê de Representação Discente do Colégio Dante Alighieri – assim como fizera em abril para os alunos do Ensino Médio – promoveu, no dia 24 de junho, uma segunda mesa-redonda com o tema “Gênero e Sexualidade”. Desta vez, porém, a atividade foi direcionada aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Realizado no auditório Guglielmo Raul Falzoni, o evento contou com a participação de três convidados.

Para comporem a mesa, foram chamados Beatriz Bork, psicóloga clínica que atua no Hospital das Clínicas no grupo AMTIGOS – ambulatório focado em transtornos de gênero –, Igor Carmo, professor e mestre em Letras pela USP, que atua na área da literatura, sociedade e mitologia dos países de língua oficial portuguesa (principalmente na África), e Ana Carolina Paixão, ex-aluna, formada em 2015, primeira dantiana a ser aceita em Stanford e representante do Brasil no G(irls)20, evento que reúne uma geração de líderes femininas de diferentes idades e países para discutir soluções que promovam o empoderamento econômico das mulheres.

Quem deu início ao evento foi Igor, que logo destacou a iniciativa do Comitê referindo-se a ele como “um projeto pioneiro” e “uma excelente iniciativa que deve ser elogiada”. Ele começou falando de uma questão equivalente à que se observa no Brasil com relação à homofobia, mas em outro contexto: a discriminação sofrida pelas mulheres na África. Para ilustrar o fato, deu o exemplo de Maria Mutola, atleta africana que, quando mais nova, sofreu preconceito por ser mulher e jogar futebol melhor que os homens, motivo pelo qual foi proibida de jogar. Com isso, Maria mudou de área e veio a se tornar campeã olímpica nos 800 metros rasos na Olímpiada de Sidney.

Em seguida, Igor tratou do homossexualismo em nossa sociedade. Segundo ele, o processo de conscientização da individualidade faz com que as minorias se engajem em movimentos sociais para a afirmação de sua expressão e orientação.  Isso, a seu ver, desencadeia reações que, por se agarrarem a estereótipos dominantes, se transmutam em atitudes preconceituosas e intolerantes.

O debate teve sequência com Beatriz, que também participara da primeira mesa-redonda. Como na outra ocasião, Beatriz começou discorrendo sobre a importância de se falar das diferenças, principalmente na última fase escolar dos alunos. Ela também traçou um painel atual da situação da transexualidade no Brasil, mostrando fotos de pessoas “trans” e héteros” a propósito de ilustrar que não se devem fazer pré-julgamentos motivados pela aparência, e contou casos que se tornaram famosos, como o de Ryland Witthington, um transexual que atualmente possui 7 anos, e Caitlyn Jenner, personalidade americana que se declarou transexual pela capa da Vanity Fair em julho de 2015. Por fim, a psicóloga apresentou dados sobre a homofobia no Brasil, como a taxa de homicídios por intolerância de gênero, e fez uma descrição de seu trabalho no Hospital das Clínicas auxiliando os pacientes e suas famílias.

Encerrando a exposição dos convidados, Ana Carolina Paixão contou a respeito da sua experiência como aluna do Dante, em especial sua atuação como feminista, e ofereceu dicas de comportamento aos alunos. Tratou, além disso, de sua participação no Coletivo Dandara, um dos coletivos feministas da Universidade de São Paulo. Realçou também a importância da própria ocasião para a discussão do gênero e empoderamento das mulheres. Entre outros destaques, apontou a diferença entre tolerar e aceitar a sexualidade de uma pessoa, assinalou os diferentes tipos de feminismo e acentuou a importância da conscientização para evitar o vazamento de informações e fotos íntimas. Por fim, foi aberto espaço para a formulação de perguntas pelos presentes.

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