PROJETOS

Impacto das condições extremas da estratosfera em sementes de tomateiros Micro-Tom: influência de parâmetros físicos na germinação de sementes e no desenvolvimento de plantas

Aluna: Gabriela Sobrinho Marcondes
Prof. Orientador(es): Fernando C. de Domenico e Nilce de Angelo
Prof. Coorientador(a): Sandra M. Rudella Tonidandel
Cientista Qualificada: Prof. Carolina Krebs Kleingesinds

Ano: 2017

Premiações

Descrição

O estudo de plantas lançadas em balões estratosféricos é importante por possibilitar experimentos em um ambiente semelhante ao espacial, permitindo uma avaliação de desenvolvimento das plantas nesse ambiente. A estratosfera é uma camada da atmosfera que se estende de 12 a 50 km acima do solo. Nela, a temperatura varia de -57ºC a 2ºC e a pressão atmosférica corresponde a um centésimo da pressão ao nível do mar. Além disso, é nessa camada que se localiza a camada de ozônio, que absorve os raios ultravioleta (principalmente os raios UVC). Avaliar a capacidade de sobrevivência de plantas em condições extremas é fundamental para o sucesso da possibilidade de habitação de lugares fora da Terra. No presente projeto, focarei no estudo de tomateiros Micro-Tom (MT), muito utilizados em pesquisas de fisiologia vegetal e tidos como modelos genéticos para o estudo de plantas. Sendo assim, o objetivo de minha pesquisa é identificar os efeitos da exposição às condições da estratosfera, tais como alta radiação, baixa pressão e intensas variações de temperatura, na germinação de sementes e no desenvolvimento de plantas de tomateiros MT. A minha hipótese era que a exposição das sementes a essas condições não seria benéfica a elas, por conta das diferenças de pressão e temperatura em relação às condições da troposfera e da radiação ultravioleta a que seriam submetidas, as quais poderiam causar alterações no material genético das sementes. Para testar a minha hipótese, sementes de tomateiro MT foram divididas em 5 grupos experimentais, cada um contendo 21 indivíduos: grupo controle, grupo experimental 1 (sem nenhum tipo de cobertura, exposto a todas as condições estratosféricas), grupo experimental 2 (cobertas por papel pardo, inibindo a exposição à luz), grupo experimental 3 (cobertas por papel alumínio, inibindo a exposição à luz e radiação) e grupo experimental 4 (cobertas por filme plástico, inibindo a exposição à radiação). O grupo controle ficou em solo e os outros 4 foram enviados à estratosfera por meio de um balão estratosférico da Missão Garatéa. O balão foi lançado no dia 12/04/2017, na cidade de Tietê (SP), atingiu seu ponto máximo em Indaiatuba, a uma altitude de 25.273 M e pousou em Itupeva, com uma duração de 2 horas e 12 minutos de voo. Resultados preliminares mostraram que o grupo controle foi o que apresentou a taxa mais baixa de germinação e um pior desenvolvimento das plântulas. Em relação aos grupos que foram à estratosfera, aquele que obteve melhor desenvolvimento foi o grupo experimental 1 (totalmente exposto a todas as condições, sem cobertura). A partir desses resultados parciais, podemos concluir que a exposição das sementes às condições estratosféricas poderia causar alterações na germinação destas e no desenvolvimento das plantas. Ao final do ciclo do tomateiro, no mês de outubro, outros parâmetros serão analisados: medidas de altura das plantas, massa fresca da parte vegetativa e dos frutos, assim como o número e o diâmetro dos frutos produzidos.

Palavras-chave: astrobiologia, estratosfera, tomateiro.