PROJETOS

Aclimatação de orquídeas do gênero Catasetum

Alunas: Carolina Saraiva Rector e Marina Adde Anuardo
Profª. Orientador(a): Nilce de Angelo
Profª Coorientador(a): Sandra Maria Rudella tonidandel

Ano: 2014

Premiações

Descrição

          As orquídeas estão ente as plantas ornamentais mais apreciadas desde os tempos mais remotos. Em condições naturais, a propagação de orquídeas ocorre pela proliferação de brotos laterais ou por meio da disseminação de sementes produzidas aos milhares dentro da cápsula da orquídea. No entanto, a disseminação das sementes é muito difícil e não garante a germinação já que elas são desprovidas de tecido nutritivo e sua germinação depende de associações com fungos simbióticos, chamados de micorrizas. Além disso, após a germinação, as orquídeas apresentam desenvolvimento extremamente lento, podendo levar cerca de 8 anos para atingir idade reprodutiva. As dificuldades na multiplicação de orquídeas no ambiente natural, o extrativismo ilegal para comercialização, bem como a destruição dos habitats destas plantas, tem conduzido muitas espécies à extinção enquanto outras estão seriamente ameaçadas. A clonagem de orquídeas in vitro e o cultivo até o envasamento são métodos muito importantes, pois facilitam a multiplicação de diversas espécies, com o benefício de fixar ganhos genéticos, reduzir a disseminação de pragas e doenças e tornar o produto mais atraente aos consumidores. Além disso, a técnica da clonagem de orquídeas in vitro permite a produção em larga escala, suprindo a elevada demanda comercial, ampliando a possibilidade de introdução dessas plantas em ambientes degradados, o que auxilia na reconstrução dos mesmos, além de ser uma ferramenta valiosa à manutenção de plantas clonadas para pesquisas de natureza básica. A partir dessa relevância, organizamos o projeto em três etapas. Na primeira etapa, as plantas foram produzidas pelo cultivo in vitro, através da técnica de clonagem por estiolamento, os frascos contendo as plantas em meio de cultura foram mantidos durante 6 meses em ambiente onde condições de temperatura e luminosidade eram controladas. Na segunda etapa de nosso trabalho, decidimos preparar as plantas para promover um maior sucesso na aclimatação, ex vitro, é definida como a etapa na qual as plantas são transferidas para um ambiente natural, o que leva a um estresse muito grande. É nessa fase que ocorrem muitas perdas de plantas. As plantas foram tiradas do meio de cultura e envasadas no Sphagnum. Os vasos foram mantidos em ambiente com condições físicas parcialmente controladas. Nessa fase transitória, utilizamos como solução de rega o silício foliar, macronutriente essencial, que selecionamos para o projeto, pois é bastante usado na produção agrícola e de plantas ornamentais, tendo em sua composição os elementos potássio (K) e o silício (Si). Para determinamos a eficiência do tratamento com o silício, mantivemos um grupo controle de plantas sem a adição do macronutriente, enquanto que o grupo experimental era regado com o mesmo a cada 15 dias. Medimos então, após 3 meses de rega, o comprimento das folhas e dos pseudobulbos. Não observamos diferenças significativas entre os grupos (P>0,05) e concluímos, que a adição do silício não trouxe benefícios às plantas, pelo menos nesse curto intervalo de tempo de rega com o macronutriente. No entanto, não houve perda de nenhuma planta. Na terceira etapa do projeto, selecionamos dois parques (um urbano, o Ibirapuera; e um parque ecológico onde que visa a restauração da Mata Atlântica), onde as plantas foram introduzidas como epífitas, sobre troncos dos forófitos, como a Tapiá e um Alfeneiro (Ligustrum lucidum), escolhidos em função de características que favorecem a fixação da epífita. O epifitismo é importante, pois favorece a ciclagem de nutrientes, o que contribui para o desenvolvimento e exuberância de florestas, oferecendo microambientes e alimentos a outras formas de vida. Assim, consolidamos uma parceria com o Parque Ecológico do Tietê (PET) e com o Parque Ibirapuera, estamos introduzindo as plantas em ambientes abertos. A finalidade dessa introdução é analisarmos seu desenvolvimento em condições de restauração do ecossistema que faz parte da Mata Atlântica (PET), que sofre com assoreamento às margens do Rio Tietê, e também em um parque urbano, que é o Parque Ibirapuera.
Palavras-chave: clonagem, aclimatação, epifitismo.