PROJETOS

         Apesar da crítica confirmada em nossa contemporaneidade ao ensaio de Thomas Malthus, que previa fome no mundo em virtude da população crescer em progressão geométrica e da produção de alimentos crescer em progressão aritmética, não podemos ignorar o fato de que nosso planeta é um sistema limitado e que qualquer inovação no processo de produção de energia e produtos é muito bem vindo, particularmente se contemplar a questão da sustentabilidade em suas três dimensões: social, econômica e ambiental. A questão da alimentação está na pauta política permanente e é item de primeira necessidade em qualquer família. De fato, o ritmo do crescimento populacional no mundo está em constante declínio, sendo que a taxa atual é de 1,2% ao ano. Porém, a população mundial continua aumentando e, em 2010, atingiu a marca de 6,9 bilhões de habitantes. Soma-se a isto o fato de que os países estão comendo mais, principalmente os emergentes. A economia mundial cresceu 20% nos últimos 4 anos, aumentando o consumo de alimentos em países emergentes como China, Índia e Brasil, onde vive uma parcela de mais de 30% da população mundial. Uma mudança de padrão de consumo é suficiente, portanto, para uma alteração significativa na economia global. Segundo dados publicados pela revista britânica The Economist, cada chinês consumia em média 20 quilos de carne por ano em 1985. Hoje, consome 50. Maior consumo de carne quer dizer maior consumo de grãos. Para produzir um quilo de carne bovina, são necessários 8 quilos de grãos. É neste contexto que nosso trabalho visa baratear o custo da produção do adubo e diminuir a poluição do processo de produção de alimentos por meio do cultivo de bactérias diazotróficas. Pretendemos pesquisar a possibilidade de produzir fertilizantes nitrogenados de uma maneira mais econômica e menos poluente a partir de bactérias diazotróficas. Acreditamos que usando as bactérias fixadoras de nitrogênio poderíamos retirar a amônia produzida por elas usando um processo de inibição da síntese de glutamina. Este processo transformaria a amônia em nitrato, que seria utilizado para fazer o adubo. Testaremos se a bactéria Azotobacter vinelandii é apropriada para esta produção, verificando quanta amônia ela consegue liberar em ambiente devidamente fechado e controlado. Caso ela seja apropriada, aprofundaremos nos testes para analisarmos quais são as melhores condições para a bactéria se desenvolver. Concluindo, nós queremos que a produção de fertilizantes nitrogenados seja mais sustentável e que o produto final seja acessível para todos os agricultores, já que nem todos têm acesso aos fertilizantes vendidos hoje.