PROJETOS

ALGAS COMO BATERIA

Autores: Guilherme Diniz (Ensino Médio).
Profas. Orientadoras: Mônica Deyllot e Suzana Ursi.
Ano: 2008.

Premiações

 

Descrição

Vivemos em um planeta coberto por grandes extensões de águas, doces ou marinhas, cuja herança nos obrigamos a preservar. Nesse imenso esforço, destacamos a diversidade de organismos relacionada, de certa forma, à diversidade das comunidades de algas. Cabe a essas algas a estabilidade dos ecossistemas naturais, pois um maior número de espécies equivalentes funcionalmente, mas com diferentes capacidades de tolerância aos inúmeros fatores ambientais, resiste melhor a alterações no meio aquático, inclusive a alterações decorrentes da atividade humana. As interações entre algas e o ambiente, o uso desses organismos com o objetivo de restabelecer sistemas aquáticos, as aplicações nos processos de biorremediação e na química analítica, além dos usos industriais das algas, são algumas de suas aplicações. As algas são classificadas em três diferentes reinos: monera, protista e plantae. As algas azuis ou cianobactérias, organismos do reino monera, são unicelulares, procariontes (ausência de envoltório nuclear) e autótrofos (produzem seu próprio alimento); habitam vários ambientes, desde que haja umidade, e atuam como “espécies pioneiras” por sua pequena exigência nutricional, por sua capacidade de realizar fotossíntese e aproveitar o nitrogênio atmosférico. A captação de íons metálicos pelas algas decorre da ligação dos íons aos diferentes grupos funcionais das células dos organismos. As algas arribadas, aquelas que chegam até a praia, podem ser empregadas no tratamento de rejeitos industriais que contenham metal pesado. Pesquisa realizada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com o efluente da produção de baterias automotivas indica que o vegetal retém, em média, 98% da quantidade de chumbo. O elemento químico polui o meio ambiente e é prejudicial à saúde humana, podendo provocar câncer. Dessa forma, a química industrial está também contribuindo para o problema de limpeza urbana. Por estarem mortas quando chegam à praia, as algas arribadas não têm mais importância para o ecossistema, tornando-se um problema para o poder público. Sua eficiência na retenção, no entanto, depende da concentração hidrogeniônica (pH). Para o chumbo, por exemplo, o pH ideal é 5. A pesquisadora lembra que o pH ácido varia de 1 a 7 e o básico, de 7 a 14. De uma forma geral, quanto mais ácido o pH, maior será a retenção pelo sargaço. A hipótese a ser testada por esse projeto é a de que, a partir da liberação desses íons, talvez possamos produzir uma corrente elétrica. Um próximo passo desse projeto, caso seja confirmada a hipótese, é testar a capacidade de armazenamento dessas algas e o uso portátil delas.

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